50 prostitutas e meio quilo de cocaína. De acordo com o ator Robin Williams, foi com o envio desse "presente" que o Rio ganhou a disputa pela sede das Olimpíadas (veja no youtube). Será que ele se baseou na própria conduta? Porque, claro, seria uma proposta tentadora para um viciado (talvez se tivessem lhe enviado um “teco”, ele não estaria tão insatisfeito). Mas, brincadeiras à parte, a que essa cena nos remete? Piadinha de mau gosto... deboche de estrangeiro... ironia... ops! Parece até brasileiro falando. Sem querer isentar de culpa esse saudosismo distorcido ao palhaço do filme Patch Adams, vamos a uma observação: as opiniões no Twitter estão mais ou menos “equilibradas”.
Tem gente que diz “eu gostava do Robin Williams. Até ontem”. Tem quem o ofenda. Tem quem mostre que ficou ofendido, fazendo questão de dizer que não está nem aí. Mas a opinião que mais me chamou a atenção foi: “a piadinha é um estereótipo bobo. Mas a reação por aqui está sendo também, um clichê nacionalista só”. E isso não é verdade? Quem nunca fez piada de português, argentino, colombiano... que atire o primeiro tomate! Por que estamos tão ofendidos? Se estivéssemos no lugar dele, faríamos o mesmo. Com o nosso país ou com o país dos outros.
A piada de Robin Williams me lembrou um e-mail que recebi há algum tempo. É o “jeitinho brasileiro” de que tanto nos orgulhamos, mas esconde uma vergonhosa desonestidade que pode ser atribuída a 95% da população. Vejamos um resumo.
Brasileiro...
- saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas
- suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração
- troca voto por qualquer coisa: cimento, dentadura...
- fala no celular enquanto dirige
- trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento
- dirige após consumir bebida alcoólica
- fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas
- pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho
- faz gato de luz, de água e de tv a cabo
- quando viaja a serviço, se o almoço custou R$ 10, pede nota de R$ 20
- estaciona em vagas exclusivas para deficientes
- adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado
- leva das empresas onde trabalha: clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo (sem falar nas festas de casamento e afins)
- falsifica tudo, tudo mesmo! Só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado...
Por que será que jamais ficamos escandalizados também com cada uma das cenas descritas acima? Por que agora, no suposto caso das Olimpíadas, não fazemos como de costume e rimos da própria malandragem? Robin Williams, meu caro... sua piada me doeu, como brasileira. Mas doeu mais ainda quando concluí, ao final deste post, que ela faz o maior sentido =(
Foto: Babble.com
Impressionante. Eu fiquei ofendida, mas depois de ler, concordo com você.
ResponderExcluirVocê está me saindo uma colunista de primeira!
eh msm..as vezes ligamos demais para algumas "piadinhas" e pouco nos importamos com o panorama em que vivemos. fazendo um paralelo d torcedor, parece aquele caso, só eu posso fala do meu time, o outro não. Realmente dói como brasileiro, mas dói mais em ver que preferimos apenas "tapar o sol com a peneira".
ResponderExcluirconcordo demais com vc Elisa. parece que tirou as palavras da minha boca.
ResponderExcluirÓtimo artigo.
Como já diz Zé Ramalho, bem mais sutil que Robin Willians:
ResponderExcluir"Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio - x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país"
Aninha =)
Acho que essa não é uma boa justificativa para o que Robin disse. Se o brasileiro é assim, os americanos entre outros são santos? Essas coisas acontecem em vários países! Olha o que os americanos por exemplo fazem por petróleo! Robin Williams devia olhar bem para os erros de seu próprio país antes de dizer qualquer besteira!
ResponderExcluirEle fez uma piada, arrancou risada do público... mas, assim como os portugueses não gostam quando falamos deles eu também me decepcionei com a atitude do ator. Mas, concordo com vc. Temos que dar o exemplo, na conduta, no respeito... e pararmos de ser nacionalistas só em tempos de Copa do Mundo e Olimpíadas.
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