terça-feira, 10 de novembro de 2009

Geisy Arruda e a "saia justa" dos alunos da Uniban


Geisy Arruda. Este caso é mesmo indigesto. O Sonrisal não vai adiantar, precisamos logo de um Eparema. Que a mídia é tendenciosa, isso todo mundo sabe. Objetividade jornalística é utopia e o jornalismo cívico, aquele que presta serviço ao público, nem deve procurá-la. No caso do Fantástico, por exemplo, a intenção de entretenimento é clara. Portanto, nem precisamos comentar que, na notícia sobre a estudante agredida por usar uma roupa "curta", a escolha de Glória Kalil como entrevistada foi muito coerente. Coerente com os padrões do programa. Pois o público está mesmo interessado em saber a opinião de uma consultora de moda, o rosa-choque do vestido não parece ser a tendência do verão 2010...
Mas isso nem foi a parte que me entalou na garganta. Foram os outros alunos da Uniban, "colegas" de Geisy e, portanto, agressores da estudante. Pois se não a agrediram fisicamente, agrediram verbalmente. O que foi aquilo que disseram, meu Deus? Depois de ser expulsa da unidade pela direção e depois novamente admitida, a garota deve estar pensando em mudar de país (e de trajes, claro). E o que seus colegas acham da readmissão: a faculdade vai ficar mal-vista. Espera aí... quem foi mesmo que fez o caso virar notícia? Quem foi mesmo que cometeu o vandalismo inescrupuloso que chamou atenção da mídia? Uma garota com vestido "curto" seria noticiada por si só? Claro que não. Mas sim o julgamento arbitrário dos estudantes.  A punição que acharam de direito infligir sobre Geisy. Se a garota está errada ou não, não vem ao caso, no momento. Pois nada justifica o linchamento social sofrido por ela, já que a suposta punição cabe à justiça. Mas agora que o caso ganhou até repercussão internacional, a má fama da faculdade está preocupando! Ninguém vai conseguir emprego, depois de formado... que tragédia. Agora, pergunto: existe espaço pra vândalo no mercado de trabalho? Os estudantes não deveriam estar tão preocupados, pois são agentes acima da lei, certo? Façam o favor, estudantes da Uniban: larguem as pedras e apanhem os livros. Acho que nunca pensaram nessa solução.

Foto: Portal GM
Indico também a interpretação do cientista político Diogo Tourino

3 comentários:

  1. Adorei o texto e a argumentação. Assino embaixo.

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  2. Este é um caso que realmente está engasgado. O fato em si já é abominável, mas saber que aconteceu dentro de uma Universidade é o mais chocante...
    "Larguem as pedras e apanhem os livros" é o melhor que se tem a dizer!

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  3. Loira-morena, adorei o Blog, assim como o texto em questão. E dá-lhe Eparema!

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