sexta-feira, 16 de outubro de 2009

As "práticas" sacolinhas de supermercado


O Jornal Nacional exibiu ontem (16 de outubro) uma matéria sobre a eliminação progressiva da utilização de sacolinhas plásticas em supermercados. Uma senhora, ao ser questionada sobre o uso de tais utensílios, respondeu, amável, para a câmera: "Elas são práticas, né?". Quem assistiu apenas à velhinha no início da matéria, com certeza se convenceu da inocência pura e simples de utilizar uma humilde sacolinha pra carregar suas compras. Nesse momento, me veio à cabeça: quantos milhões de brasileiros também não acreditam na "praticidade" das sacolinhas? O problema está aí: de inocente, elas não têm nada. A começar pelo risco de sufocamento, uma arma branca disfarçada com o uniforme do supermercado. Claro que não a eximo do caráter prático. Aliás, a praticidade é tanta que eu mesma não consigo me livrar completamente de voltar do mercado sem pelo menos uma delas. Mas se paramos pra pensar, são exatamente as coisas práticas que estão aniquilando o que ainda resta do meio ambiente. É o descartável. Se propaga como chuchu na cerca e polui mais do que conseguimos calcular. Quantos copos não são utilizados em milhões de consultórios médicos e escritórios todos os dias, sendo que nem existe tecnologia para, sequer, reciclá-los? E quantas malditas sacolinhas, que muitas vezes vemos boiando sobre a água, entupindo redes de esgoto e impedindo de escoar a água que provoca as enchentes (e afoga essas mesmas pessoas que poluíram)? O problema do ser humano é muito simples, mas também fatal: egoísmo. Que se danem as gerações vindouras, eu vou morrer de qualquer jeito, mesmo! Só que essa máxima já deixou de valer. O "futuro" está acontecendo, e estamos vivinhos da silva. Por enquanto. As pessoas acham que estão sendo boazinhas, tendo pena dos pandas em extinção ou ligando pro Criança Esperança pra doar cinco reais. Isto é, sim, a famosa "caridade". Mas será que esses "gestos de amor" são suficientes pra compensar cada pequeno crime diário contra a natureza? Comecemos a repensar nosso conceito de bondade. E olhar de outra forma pra sacolinha já é um bom começo.

5 comentários:

  1. Fico feliz de ver você e quem for expondo uma assunto tratado com tanta indiferença pelos consumidores.
    Eu tenho duas sacolas de pano e, se necessário, carrego minha mochila comigo ao sair para fazer compras. Quando aviso ao caixa que não é necessário 'ensacolar', logo me olha com cara de espanto. Um ou outro elogiam minha iniciativa.
    Mas não é isso o que desejo. Desejo, assim como você, que ao menos mais um seja contagiado por minha atitude ao me ver sair do supermercado com, no máximo, uma sacolinha para os frios.
    PS: uma vez Núcleo de RS, sempre Núcleo de RS, não é?!

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  2. Isso aí, Jaque! O que você faz é o que todo mundo deve fazer e o que eu estou tentando me lembrar de fazer sempre que vou ao supermercado... e sempre digo: A PALAVRA CONVENCE, O EXEMPLO ARRASTA! Núcleo de RS sempre S2

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  3. Muito bons os artigos cunhadinha... De verdade. Bem do estilo que eu gosto: curto e direto. Realmente dá prazer de ler. Já estou até "te seguindo". Aguardo as próximas postagens!

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  4. Começar pelas sacolinhas seria um ótimo exemplo!Parabéns pelo texto e parabéns para a Jaque pela iniciativa, vou adotar a ideia da mochila!
    Uma vez Núcleo de RS, sempre Núcleo de RS [3]
    Beijos

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  5. Parabéns, irmãzinha, pela excelente iniciativa, que, além da indiscutível função social, te dá visibilidade e mostra seu enorme talento a quem quiser ver! Os textos estão claros, diretos e atraem a atenção do leitor, sem cansar. De juiz de Fora para o mundo! Sorte e sucesso!

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